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Revolução no Patrimônio: Réplicas 3D da Officina da Memória Colocam Brasil em Destaque Mundial

A convergência entre tecnologia de ponta e conservação de arte está redefinindo o futuro da museologia no Brasil. A Officina da Memória, sediada em São Paulo, consolidou-se como referência internacional no uso de impressão 3D para a criação de réplicas fidedignas de obras de arte, impulsionando a preservação e a acessibilidade de acervos históricos com uma relevância que ultrapassa as fronteiras nacionais.


​O principal expoente desse trabalho é o projeto desenvolvido em parceria com o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP), que resultou na exposição itinerante “Arte Sacra para Ver e Sentir”. A iniciativa, pioneira no país, já reproduziu mais de 70 peças do acervo em alta precisão, permitindo que o público, incluindo pessoas com deficiência visual, possa manusear as esculturas, antes protegidas por vidros e restrições de toque.


Tecnologia e Arte: Um Abrangente Trabalho de Conservação


​O processo de criação das réplicas é uma fusão de ciência e arte tradicional. As obras originais são submetidas a um rigoroso escaneamento tridimensional, que captura suas formas e dimensões nos mínimos detalhes. Em seguida, a manufatura aditiva (impressão 3D) constrói a estrutura da réplica.


O toque final, e o mais crucial para a fidelidade, é a aplicação de técnicas de policromia artística manual pela equipe de restauradores da Officina, que reproduzem as pátinas, as cores e até mesmo as marcas de danos do tempo da peça original.


​Essa técnica não só democratiza o acesso ao patrimônio, levando exposições para regiões que raramente recebem obras originais de alto valor, mas também cumpre um papel vital na salvaguarda dos bens culturais. Um exemplo notável é a produção da réplica oficial da imagem de Nossa Senhora Achiropita, utilizada nas festas e procissões da comunidade, garantindo que o original histórico fique protegido contra o desgaste ou acidentes.


Formação, Prática e o Legado de Titina Corso


​A atuação da Officina da Memória vai além da replicação tecnológica, sendo um polo vital de educação e serviços de conservação. Toda a visão e excelência técnica da instituição são executadas por uma equipe de profissionais e assistentes altamente qualificados. A instituição oferece uma variedade de oficinas, palestras e cursos livres que capacitam novos profissionais, com uma abordagem intensamente prática.


​Os alunos dos cursos de restauro interagem com obras de arte reais, integrando os conhecimentos teóricos em diversas áreas do saber artístico. A experiência se estende a projetos institucionais, como as atividades de higienização de acervos e estantes expositivas realizadas no Museu da Imigração durante três meses, onde estudantes e assistentes puderam obter vivência direta com o patrimônio.


​A Officina também demonstra seu espectro artístico na produção de cenários, instalações artísticas e pintura mural, aplicando os mesmos princípios de rigor técnico e conhecimento histórico em contextos contemporâneos e cenográficos.


​À frente desse trabalho está a professora Titina Corso, uma profissional com 45 anos de carreira. Seu vasto currículo abrange as áreas de artista plástica (em obras clássicas e contemporâneas), poetisa, fotógrafa e, crucialmente, conservadora e restauradora ética. Titina respeita os fundamentos dos grandes pensadores da restauração e transmite todo seu conhecimento sobre materiais, ferramentas e técnicas, desde a pintura sobre têxtil até a recuperação de esculturas policromadas.

Alinhamento e Protagonismo Internacional


​O trabalho da Officina da Memória e do MAS-SP não é apenas uma novidade local, mas sim um movimento estratégico que alinha o Brasil à vanguarda da museologia global. A replicação 3D de acervos para fins de conservação e educação patrimonial é uma tendência adotada por instituições prestigiadas como o Museu Nacional de Arqueologia da Espanha e o Museu Nacional de Arte da Dinamarca.


​Para a professora Titina Corso, coordenadora do projeto, o reconhecimento coloca o Brasil em uma posição de destaque:

​“Ver o Brasil se posicionando entre as referências internacionais é motivo de orgulho. Nosso trabalho mostra que inovação e preservação podem caminhar juntas, respeitando a história e promovendo o acesso para novos públicos,” afirma Corso.

​Com planos de expansão do acervo de réplicas e a continuidade da formação de novos talentos, a Officina da Memória reforça seu compromisso em utilizar a tecnologia e o conhecimento tradicional como ponte entre a memória histórica e as novas gerações, assegurando que a arte e a cultura sejam acessíveis a todos, em qualquer lugar do mundo.


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